E
ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito
a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras
diante de Deus e de todo o povo; E como os principais dos sacerdotes
e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o
crucificaram. E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel;
mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que
essas coisas aconteceram...
A
tristeza que os discípulos carregavam em seus corações ao descerem para a aldeia de Emaús tem explicação: a alocação
errônea de suas expectativas.
A
primeira e principal é não reconhecer Jesus como O Filho de Deus. O
Senhor é tratado aqui como “Jesus Nazareno”, expressão
comumente usada por aqueles que não reconheciam sua divindade,
“apelidando-O” com sua origem humana. Reforçada por "homem profeta".
Além
de errarem quanto a Pessoa, erraram quanto ao objetivo. Ao dizerem
que esperavam que Jesus “remisse Israel”, tal expressão está
muito associada a ideia dos Judeus de um Messias que os
libertasse do julgo do império romano. Para tais, O Cristo seria um
homem forte, valente, guerreiro, talvez, montado em um cavalo com uma
poderosa espada. Ao não perceberem que o véu do templo se rasgou do
alto a baixo, que Jesus venceu a morte e abriu um novo caminho,
erraram
quanto ao projeto do Salvador, que não era político, mas espiritual.
Bem,
insatisfeitos com o deus que não era o que queriam que fosse, a
murmuração continua colocando a culpa dos males daqueles dias nos
sacerdotes e nos príncipes.
A
morte de cruz de Cristo foi uma combinação improvável da junção
do poder religioso com o poder político.
Nossos
dias não são
diferentes.
As pessoas estão decepcionadas com os religiosos, com os políticos,
mas muitas também estão insatisfeitas com o próprio Deus.
Logicamente, tal insatisfação surge de expectativas geradas dentro
do coração. Pessoas que querem um Deus que sirva as suas vontades.
Uma inversão entre criatura e Criador.
É
verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as
quais de madrugada foram ao sepulcro; E, não achando o seu corpo,
voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que
dizem que ele vive. E alguns dos que estavam conosco foram ao
sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a
ele não o viram.
Lucas
24:19-24
O
texto bíblico relata as muitas testemunhas que provavam a promessa
do Senhor que ressuscitaria, logo, o sepulcro estaria vazio.
Contrariando a lógica, os discípulos se mostravam tristes,
contrariados.
Aqui
está representado aquele tipo de pessoa que nada está bom. Se o
sepulcro está vazio, em vez de acreditar na ressurreição, talvez,
prefiram acreditar na mentira espalhada que os discípulos furtaram o
corpo de Jesus (Mt 28) – ora, eles eram discípulos e se eles não
furtaram … - . E se o sepulcro estivesse com o corpo de Jesus, suas
promessas não seriam verdade, logo, estaria ruim também.
Apesar
de tanta tristeza e decisões erradas no coração daqueles homens, o
Rei da Glória, ressuscitado, vai buscá-los novamente. Coloca em
prática e parábola do pastor que vai atrás de uma ovelha perdida.
Foi assim comigo, descendo para Emaús e procurando a beira do
caminho algum motivo para alegria. Achando alguém para reafirmar
minhas tristezas e frustrações para consolo mútuo nos meus
próprios erros. Mas Ele me encontrou. Aleluia!