sexta-feira, 10 de julho de 2015

Dinheiro e Poder

      Vivemos profeticamente os últimos dias que antecedem a volta de Jesus e parece que a natureza humana, na sua essência animalesca, esta se exteriorizando com maior ênfase. Talvez você esteja associando o texto anterior à intensa violência que estamos vivendo, mas a mesma é consequência, como a maioria dos atos perversos sociais. A verdadeira causa é o que o Apóstolo Paulo diz ao seu filho na fé, Timóteo (I Tm 6:10) “que o amor ao dinheiro é a raiz de todas as espécies de males”. Percebe-se que o homem perde todos os princípios de amizade, ética e outros valores para obtê-lo a qualquer custo e também pelo poder, ainda que efêmero, pois tudo passa.
       Assim, lembramo-nos de alguém que amou mais as moedas de prata e o poder desse mundo do que o seu Senhor. Judas era de Escariotes, dai o seu nome. Era especial. O único discípulo que não era galileu. Certamente não tinha suas mãos calejadas pelo puxar das redes e nem precisou acordar cedo para a pesca como alguns outros discípulos. Não tinha a pele tostada pelo sol árduo e possivelmente deveria usar até luvas para não se contaminar ao contar às moedas que tilintavam na sua bolsa. Queria o enriquecimento ilícito, o conforto sem esforço e com certeza de ser um dos ministros no possível reino de Jesus em Israel e de preferência em todo o mundo da época.
       Era um dos mais dignos de confiança. Era o tesoureiro dos parcos recursos financeiros daquele bando de contestadores do império romano e da casta sacerdotal que dominava em Jerusalém.
       Juntamente, com os outros discípulos tinham muita esperança em Jesus. Não de ser o Messias, mas na implantação do Reino ocupar um cargo importante e com isso aumentar os recursos financeiros que o mesmo contabilizava. Seria quem sabe, o Ministro da Fazenda e os desvios poderiam ser bem maiores. Na verdade, podemos dizer que era amigo do reino, dos cargos e não de Jesus. Como muitos na atualidade. Mudam de lado a depender dos ventos ou das oportunidades.
Mas, à medida que a missão de Jesus se aproximava da morte e que a conversa do Mestre era outra, tanto ele, como alguns outros discípulos sentiram medo e ficaram desapontados. Os cargos que desejavam ocupar não seriam mais possíveis. Não sabemos qual foi o verdadeiro motivo, mas uma coisa é certa, rapidamente mudou de lado e como dizem de casaca. Sua atitude foi a de muitos nesta hora. Negociar os votos, os pontos de tráfico, o poder, a negociata. Deve ter sentado à mesa com os chefes dos sacerdotes e discutido em alto nível, as escondidas, o valor da traição. Eles, os sacerdotes, estavam a planejar um modo de se livrarem de Jesus para também não perderem os seus postos e as suas mordomias. Não importavam se estariam matando de forma cruel um inocente como muitos morrem na atualidade nas filas dos hospitais ou nas estradas mal construídas. O importante era manter o poder pelo poder. Judas ofereceu a esperta solução nos bastidores, longe das câmaras ou mesmo de testemunhas. Perguntou-lhes: “Quanto me dão por ele”? Era uma mercadoria e não uma vida humana. Deram trinta moedas de prata. Preço de um escravo. E o recurso nem era deles, mas, do tesouro do Templo. Isto é, pagaram a traição com o dinheiro doado pelo povo. Mera coincidência com os dias atuais.
       Algo é evidente, Judas não foi um fantoche nas mãos de Deus para levar a cabo o seu propósito. Tomou a decisão consciente tendo decidido agir como agiu. Como na atualidade não há inocentes, mas supostamente espertos.

       É interessante que durante a última ceia os discípulos perguntaram a Jesus: “Serei eu, Senhor (que te trairá?)”. Todos fizeram esta pergunta exceto Judas que a fez da seguinte maneira: “Serei eu, Rabi?”. Nesta expressão esta sintetizada toda a falha da sua conduta: Não reconhecia Jesus como Senhor, apesar de viver com ele todo o seu ministério de sinais e maravilhas. O poder daqui de baixo, da terra, dos homens falou mais alto ao seu coração, pois teve Jesus como mestre e não como o Senhor da vida e dos valores eternos. Valorizou mais a vida terrena do que a Eterna. Na expressão do próprio Jesus: louco, esta noite te pedirão a tua alma e o que tens preparado para quem será? (Lucas 12:21). Onde estiver o seu tesouro alí estará também o vosso coração.

Autor: L.V.

Um comentário:

  1. Amém, que DEUS no ensine a guardar o nosso tesouro no lugar correto,melhor dizendo na eternidade aos pés de JESUS,sendo este o lugar mais próximo dele que chegaremos.

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